A primeira edição do Conexão RIO-POA [delas] encerrou suas atividades em abril e marcou o início da trajetória empreendedora de mais de 40 mulheres. O programa, parceria entre o Parque Tecnológico da UFRJ e o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), atendeu a alunas e ex-alunas de todos os cursos da UFRJ e da PUCRS em mais de 20 horas de encontros repletos de atividades, palestras e compartilhamento em grupos interdisciplinares.
O compartilhamento de histórias e conhecimento foi conduzido por 19 palestrantes e mentoras que integram os ecossistemas do Parque da UFRJ e do Tecnopuc, incluindo professoras, fundadoras de startups e mulheres em cargos de gestão e liderança em grandes empresas. A proposta das atividades era discutir as ferramentas que possibilitassem as empreendedoras em início da trajetória avançar do processo de ideação em direção à realização dos seus projetos.
“Me sentia perdida, mas com uma vontade imensa de empreender, sem sequer saber por onde começar ou até mesmo se o que eu sei e o que sou teriam valor neste mundo tão competitivo. O que experimentei foi uma verdadeira explosão mental. Parece que milhares de peças perdidas no meu cérebro se encaixaram e muitos questionamentos se tornaram impulsos. É difícil dizer, sem me emocionar, o que o Conexão RIO-POA representou para mim, pessoal e profissionalmente, porque foi tão intenso e revelador que não tenho palavras para expressar. Quero apenas agradecer a estas mulheres maravilhosas por tornarem este programa possível e por terem transformado a minha vida”, comoveu-se.
Trilhas e processo
As participantes conviveram, idealizaram e criaram juntas durante cinco semanas. A partir das Trilhas “A Empreendedora” e “O Empreendimento”, elas desenvolveram habilidades e aprenderam as bases para encontrar oportunidades de negócios inovadores, idealizá-los e validá-los. “Foram cerca de 200 meninas e gurias que se inscreveram para participar desse programa que tinha uma causa super importante — fomentar o empreendedorismo feminino. Acreditamos muito na importância dessa rede de mulheres! Esperamos que tenha sido uma jornada cheia de conexões, inspirações e conhecimento para elas, como foi para nós”, comemora Natali Emerick, analista de Articulações Corporativas do Parque da UFRJ.
Para Flavia Fiorin, gestora de Operações e Empreendedorismo do Tecnopuc, essa conexão é a essência do programa através das trocas entre mulheres com vivências tão diversas. “Por isso, aproximamos alunas e profissionais de diferentes estados, universidades e Parques Tecnológicos. Nossas meninas e gurias, como carinhosamente chamamos no Programa, abriram o olhar para o empreendedorismo, e cresceram muito em um curto período de tempo. Seguimos juntas”, celebra Flávia.
EncerramentoNo último encontro, a Pitch Session, seis projetos foram apresentados pelas participantes do Conexão RIO-POA [delas] para uma banca de professoras e profissionais que são referências no mercado. Confira as ideias abaixo.
Conecte Saúde: startup com uma plataforma que conecta profissionais da área da saúde e pacientes de forma remota, promovendo o compartilhamento de informações sanitárias seguras e o agendamento de serviços. A ideia foi apresentada pelas alunas Ana Luiza, Amanda, Cassia, Simone, Tassyê e Victória.
DreamVillage: a startup tem como propósito transformar o mercado de brinquedos infantis, criando jogos e passatempos focados na diversão e no aprendizado, sem divisão de gênero ou cores e modelos “de menino” e “de menina”. O projeto foi idealizado por Nicole, Hariná, Dyaila, Haiane e Suzani.
EduTech: o propósito da startup é viabilizar um ambiente virtual de aprendizagem que motive os/as estudantes de escolas de ensino fundamental, fornecendo treinamento para professores/as sobre ferramentas para o ensino remoto. Júlia e Fernanda idealizaram o projeto.
IncentivaMente: busca facilitar o acesso ao entretenimento de adultos atarefados em meio ao contexto de isolamento social causado pela pandemia, criando um aplicativo que, a partir da gamificação (ou ludificação), facilite o acesso a atividades voltadas a saúde mental e física. A startup foi pensada pela equipe formada por Rebecca, Marilisa, Luiza, Mariah, Marianna e Vivian.
Realife: as integrantes Ana Carolina, Angie, Beatriz, Jamile e Julia idealizaram uma startup com o propósito de divulgar os malefícios que da exploração animal à saúde humana, focada em propagar os benefícios da alimentação baseada em vegetais, estimulando a adoção dessa dieta.
UShape: a equipe formada por Brendha, Jéssica, Maria Clara, Marina C., Marina R. e Patrícia, buscaram resolver o problema da falta de diversidade de corpos em lojas online de roupas. A solução proposta pela startup é a criação de um avatar costumizável das clientes, montado conforme as medidas e o corpo delas, para que visualizem a peça em um formato de corpo muito similar aos seus, oferecendo um serviço mais personalizado e baseado na representatividade.
Outras falas em destaque
“Temos que entender que nossas possibilidades não estão limitadas às grandes empresas, ao monopólio. A gente tem que acreditar nas nossas ideias, nos nossos propósitos”. Marina Renard – estudante de jornalismo da PUCRS e ex-estudante de biologia da UFRJ
“Ações como esta reverberam o impacto positivo do exemplo em inspirar e permitir. A permissão é parte da essência desse movimento de transformação que levará ainda mais mulheres a assumirem o papel de líderes na condução de negócios e de independência na condução de suas vidas”. Francisca Mosele, CEO da Nutrition Thinking, startup integrante do ecossistema do Tecnopuc
“Esse tipo de ação é muito importante para tangibilizar, para desromantizar, para falar um pouco da realidade, da rotina do empreendedorismo. Conhecer um pouco da trajetória de outras empreendedoras, sabendo que ela é única, mas mostrando que é normal ter dificuldade, que é normal mudar, que é normal errar”. Palestrante Ana Carolina Souza, cofundadora da Forebrain Neurotecnologia
“O Programa com certeza mudou a vida de muitas mulheres. Mulheres com grandes ideias, mas que às vezes nem para o papel passam. As dinâmicas, conversas e dicas vão continuar na minha cabeça. Foi um grande aprendizado”. Brendha Naibert, pós-graduanda em Planejamento Financeiro e Finanças Comportamentais na PUCRS e integrante da equipe UShape
“Elas fizeram muito networking e trocaram figurinhas para a validação de suas ideias. Apostamos que essas conexões vão continuar após o Programa”. Lucimar Dantas, gerente de Articulações Corporativas do Parque da UFRJ.