Fonte: Blog GE |
Belo Horizonte se orgulha de ser a capital brasileira da indústria. Apesar de sua história ser baseada na mineração e na manufatura, os lixões foram os principais emissores de gás na cidade até 2007. Porém, o fechamento de um aterro municipal neste ano fez com que a administração pública revisse as emissões, tornando a capital mineira pioneira no aproveitamento de resíduos para geração de energia no Brasil.
Hoje, o biogás de aterro é captado por meio de tubos e serve como biocombustível para quatro motores a gás da GE, em vez de deixá-lo escapar para a atmosfera. Este gás é um dos principais colaboradores para o efeito estufa – 20 vezes mais potente que o CO². Os motores da GE, com uma capacidade combinada de 5,5 MW, utilizam o biogás de aterro para gerar energia e são capazes de abastecer 60 mil moradores de Belo Horizonte com eletricidade, além de reduzir as emissões em 60% até o ano de 2016.
Este aterro sanitário pode se tornar um modelo para uma tendência em geração de energia por meio de resíduos no país e além de suas fronteiras. 80% dos recursos energéticos do Brasil provêm de fontes renováveis – entretanto, fontes de energia como esta aparecem como alternativa diante da urbanização acelerada das cidades e da preocupação com as mudanças climáticas.
O Banco Mundial espera que o volume de resíduos sólidos urbanos chegue a 2,2 bilhões de toneladas até 2025. Para o Brasil, o desafio é destinar verba para o tratamento do lixo recolhido e não apenas com sua coleta. Hoje, dos 61 milhões de toneladas de resíduos recolhidos anualmente, aproximadamente um terço vai direto para os aterros. Com isso, o país gerou altas taxas de metano: em 2006, as emissões brasileiras foram 2,4% do total mundial, o dobro do percentual da China ou da Índia.
Desde então, o governo trabalha para atingir uma redução de 36,1% nas emissões de gases de efeito estufa até 2020. Outra medida é trabalhar na eliminação dos lixões a céu aberto e começar a eliminar os resíduos sólidos corretamente. Assim, projetos de transformação de resíduos em energia ganham espaço. A consultoria Frost & Sullivan espera que as receitas da geração de eletricidade tripliquem, chegando a US$ 189 milhões nos próximos anos. A partir de agora, o Brasil pode adicionar os resíduos na lista de recursos naturais.