Um Núcleo de Observação da Terra. Ciência de dados e inteligência artificial. Mecânica computacional. Parece ficção científica, mas são apenas algumas das atividades do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE), um dos seis laboratórios sediados aqui no Parque.
O principal objetivo do LAMCE é monitorar a natureza, sempre com a intenção de contribuir para uma sociedade mais sustentável. Clima, solo, água e ar são analisados constantemente, de modo a detectar mudanças e tendências. Qualquer sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, não é mera coincidência.
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Um dos projetos protagonizados pelo LAMCE e apoiados pelo Parque é o Baía Digital, um laboratório vivo para o desenvolvimento sustentável na Baía de Guanabara. Os dados coletados, que incluem também informações socioeconômicas, ficam disponíveis no site do projeto, ao alcance de todos.
“O foco do projeto é disponibilizar informações que sejam aplicadas e inteligíveis para a população. Por exemplo, quando associo dados meteorológicos com os casos de dengue que estão aumentando, a população enxerga isso de forma visual e fica mais fácil compreender a relação entre meio ambiente e saúde”, ressalta o pesquisador do LAMCE, Fabio Hochleitner.
Para Luiz Paulo Assad, pesquisador do LAMCE e professor do Instituto de Geociências (Igeo) da UFRJ, a coleta de dados oceanográficos e o acesso a esses dados são de suma importância.
“Iniciamos a Década dos Oceanos (2021-2030). Mais de 70% da superfície do planeta é coberta por oceanos. O mar é a mais importante reserva de calor, provê comida, empregos, oxigênio, remove gás carbônico, energia, empregos. Mais de 40% da população global vive até 200 km da costa. A cada 15 mega cidades, 12 são costeiras. As populações dessas cidades devem aprender a como conviver com os recursos marinhos de maneira sustentável”, ressaltou Assad durante participação, em junho de 2021, do workshop virtual Desenvolve 21, primeiro evento internacional voltado para o desenvolvimento integrado de tecnologias sustentáveis em Energia, Oceanos e Saúde. O Desenvolve 21 foi realizado pela Coppe/UFRJ em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“A gente precisa coletar dados em longo prazo e de maneira sistemática e isso é caro. Há um deserto de dados no Atlântico Sul. No oceano não fronteiras nem distâncias, há conexões. Nós temos que entender a integração existente entre as escalas. Estamos no Rio de Janeiro, uma cidade voltada para o mar, mas inserida na Baía de Guanabara, que está na linha de costa brasileira, no Atlântico Sul, que faz parte do sistema maior que é o Oceano Atlântico. O que acontece em pontos diferentes da costa pode nos afetar. E o conhecimento que adquirimos deste lado do Atlântico pode ser importante para o outro lado. É importante aplicar o conceito de ‘leave no one behind (não deixar ninguém para trás)’, entender a heterogeneidade econômica e social para garantir equidade de informação e conhecimento”, avaliou Assad.
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Fontes: Coppe UFRJ e LAMCE
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