Você sabe o que é a Nova Indústria Brasil (NIB)? O plano do governo federal é composto por uma série de medidas para estimular a industrialização brasileira nos próximos dez anos (2024/2026).
Com a injeção de R$ 300 bilhões na NIB, o governo pretende, entre outros objetivos, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico e a inovação entre múltiplos setores e agentes; transformar social e economicamente o país, com vistas à superação dos entraves ao desenvolvimento brasileiro; e reposicionar o Brasil no comércio internacional.
A NIB tem como norte seis missões:
Missão 1 – Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética;
Missão 2 – Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde;
Missão 3 – Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades;
Missão 4 – Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade;
Missão 5 – Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as gerações futuras:
Missão 6 – Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.
Para o diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Romildo Toledo, ecossistemas de inovação como o do Parque são fundamentais para a concretização dos objetivos da neoindustrialização brasileira.
Temos forte aderência à proposta da NIB. Em nossas empresas e laboratórios, temos projetos em andamento com foco em descarbonização, bioeconomia, cidades sustentáveis e transformação digital, apenas para citar alguns exemplos. Além disso, assinamos contrato para a instalação de dois grandes centros: teremos um centro de fertilizantes cujo foto será a redução da dependência externa; e, com a Fiocruz, fechamos a instalação de um grande centro de pesquisa para desenvolvimento de vacinas e outros medicamentos”, detalha Toledo, e concluir: “As soluções inovadoras desenvolvidas no Parque, fruto da sinergia entre empresas, universidade e entidades públicas, serão de grande importância para o êxito da NIB”.
Ainda segundo a minuta da resolução, existem objetivos que devem ser atingidos a longo prazo, em 2033. São eles:
• Agroindústrias: aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50% e alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar, com o suprimento de pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional, garantindo a sustentabilidade ambiental
• Complexo industrial da saúde: produzir, no país, 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde
• Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade: reduzir o tempo de deslocamento de casa para o trabalho em 20%, aumentando em 25 pontos percentuais o adensamento produtivo na cadeia de transporte público sustentável
• Transformação digital: transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras, assegurando que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de novas tecnologias
• Bioeconomia e transição energética: promover a indústria verde reduzindo em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado do PIB da indústria, ampliando em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, e aumentando o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano
• Tecnologia de defesa: obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa
Os R$ 300 bilhões destinados ao plano de neoindustrialização – anunciados em janeiro deste ano pelo presidente Lula durante coletiva de imprensa – serão viabilizados por meio de linhas de crédito reembolsáveis e não reembolsáveis. Tais linhas serão geridas por três instituições: Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
O plano de neoindustrialização brasileira foi elaborado por membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), e pode ser visto na íntegra aqui.
Fontes: governo federal e G1
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