Fonte: G1 |
A Embrapa em Sinop está estudando o potencial do sorgo biomassa como fonte de energia. Os experimentos ainda vão prosseguir, mas a expectativa é que a cultura se desenvolva bem nas condições de solo e clima do estado. O sorgo é uma das opções bastante usadas na safrinha no estado. A estimativa é que este ano 150 mil hectares sejam plantados com a cultura. Além do aproveitamento da planta para geração de energia, os grãos do sorgo biomassa podem ser utilizados em ração animal.
“É uma cultura que a gente está visando trazer para o Mato Grosso para explorá-la. Como o próprio nome diz, a biomassa dela serve para gerar energia térmica, para secar grão, para trabalhar nas usinas, destilarias ou mesmo até em usina caldeira de alta pressão”, explica o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Flávio Tardim.
A planta é de origem africana, e pode se adaptar bem ao clima local. Tolera altas temperaturas e precisa de pouca água para se desenvolver. Os experimentos vêm sendo realizados desde o ano passado no campo experimental da Embrapa em Sinop. “ A cultura é 100% mecanizada. A gente utiliza para o plantio as mesmas plantadeiras de milho. Na colheita também pode ser utilizar as colheitadeiras da cana, por exemplo”, informa o pesquisador.
O sorgo biomassa permite uma maior rotação de culturas, porque pode ser colhido de 5 a 8 meses após o plantio. Já o eucalipto, que também é usado como biomassa, demora de 3 a 4 anos para os cortes iniciais. Além disso, pesquisas já realizadas apontam que a produtividade do sorgo biomassa pode chegar até 60 toneladas de matéria seca por hectare.
O produtor rural Wilson Pozzobom acompanha com expectativa os testes da Embrapa. Para ele, que cultiva grão e também tem o próprio secador e armazém, a possibilidade de redução de custos é sempre bem-vinda. Nesta safra o agricultor precisou usar mais de dois mil metros cúbicos de lenha no secador. “Procuramos diminuir os custos o máximo possível. Acho que a biomassa de sorgo é uma alternativa que vem pra resolver o nosso problema”.