Fonte: Jornal do Brasil |
Uma análise do desempenho e possível contribuição dos BRICS, feita pelos próprios integrantes da coalizão, contra as análises pessimistas feitas por outros países, resumiu o embaixador responsável pela área dos BRICS no Itamaraty, ministro Flávio Damico, sobre o objetivo da Conferência BRICS no Século 21. O evento teve início nesta terça-feira (20), no Rio de Janeiro, com presença de especialistas do Brasil, da China, da África do Sul, da Rússia e da Índia, dos representantes da COPPE e da Intersul, organizadores do evento, e do BNDES, um dos patrocinadores.
José Carlos de Assis, presidente do Intersul, destacou a importância da interação entre os países para a descoberta de novos caminhos, em um esforço de “visualização do futuro”, em um momento de “quebra de paradigmas milenares”, como o da guerra, do meio ambiente, da geopolítica e da economia.
O diretor da COPPE, Luiz Pinguelli Rosa, por sua vez, destacou a necessidade de construção de um “novo mundo” e ainda a busca por soluções para os desafios da recente crise econômica, assim como para as desigualdades sociais.
Os especialistas estrangeiros presentes na mesa reforçaram o potencial de troca entre as nações do grupo e a importância de um intercâmbio profundo de ideias, para que os países criem mecanismos de desenvolvimento eficientes.
Para Flávio Damico, responsável pela área dos BRICS no Itamaraty, há uma grande incompreensão e pessimismo sobre o papel e desempenho da coalizão, vide artigos e reportagens que vem sendo publicadas pela imprensa norte-americana, por exemplo, com alguns remetendo a termos do mercado, outros focando o desempenho individual das economias e outros ainda abordando a possibilidade de criação de uma nova polaridade mundial. O evento então possibilita um “pensamento dos BRICS sobre os BRICS, dispensando intermediações”.
O objetivo principal da Conferência é avaliar a emergência de novos paradigmas nos campos do conhecimento humano, superando os paradigmas do neoliberalismo que entraram em colapso, sobretudo a partir da crise financeira iniciada em 2008 e que ainda persiste nos países industrializados avançados. O evento registrou inscrições de 260 pessoas.
Os debates e conferências serão realizados nos dias 21 e 22, no auditório da COPPE/UFRJ, no CT2 – Ilha do Fundão. O evento é gratuito e haverá ônibus saindo da estação do metrô da Glória para o Fundão, a partir de 8h, e retornando ao fim de cada dia de debates. O encerramento, com apresentação do site da Conferência e entrevista coletiva, ocorrerá no dia 23, a partir das 10h, no Hotel Novo Mundo, na Praia do Flamengo, 20. A programação completa está disponível em <www.brics21.com.br>.