Fonte: Folha de S.Paulo |
Publicada em 14/06/2014
A Câmara Portuguesa inaugura na semana que vem uma incubadora de empresas portuguesas no Brasil.
Com a crise que tivemos, que ainda não superamos totalmente, há grande interesse das empresas portuguesas de aumentar exportações aqui, participar de feiras ou abrir filiais ou joint ventures, diz Ricardo Espírito Santo, presidente do Banco de Investimentos Espírito Santo no Brasil e presidente da Câmara Portuguesa em São Paulo.
A incubadora, chamada de Centro+Negócios, será inaugurada na terça-feira (17) na casa de Portugal, no bairro da Liberdade, em São Paulo.
Na incubadora, as empresas terão acesso a telefone, internet, salas de reunião e ajuda de especialistas em recursos humanos para contratar funcionários, imobiliárias para achar imóveis e de escritórios de contabilidade.
A ideia é que fiquem no centro entre uma semana e seis meses, pagando pelo uso. Mas há possibilidade de esse tempo ser ampliado, caso seja preciso.
Os empresários chegam aqui e ficam perdidos, vagando com uma pastinha na mão, fazendo reuniões no lobby do hotel e trabalhando no quarto, afirma Espírito Santo.
Em um primeiro momento, ele espera que a maioria dos interessados seja de exportadores ou empresas participando de feiras aqui. Mas, depois, Espírito Santo acha que haverá bastante interesse de pequenas e médias empresas.
Temos empresas do interior de Portugal que ouviram dizer que o Brasil é um grande mercado, mas não sabem como investir ou exportar.
Desaceleração
A desaceleração do crescimento no Brasil não assusta os possíveis investidores portugueses?
A falta de crescimento no Brasil não é animadora, mas não vai durar para sempre, diz Espírito Santo.
Esses empresários vêm pensando no longo prazo, completa o executivo.
A economia portuguesa encolheu 1,3% no ano passado e deve crescer 1,2% neste ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), índice semelhante ao brasileiro.
Espírito Santo acredita que os principais setores interessados em se instalar no Brasil e usar a incubadora serão os de construção –que sofreu muito com a crise em Portugal–, agronegócio, energia (tanto equipamentos como investimentos) e serviços.
Segundo ele, há interesse de escritórios de arquitetura, diante da grande imigração de arquitetos portugueses para o Brasil.
A incubadora conta com o apoio institucional do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), ligada ao governo português.