Pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) desenvolveram um sensor que detecta coliformes fecais na água. O resultado sai em apenas 20 minutos enquanto os métodos atuais levam até dois dias. A inovação foi criada pelo Laboratório de Instrumentação e Fotônica (LIF), coordenado pelo professor Marcelo Werneck, e o estudo foi publicado recentemente na revista Polymers.
Atualmente, os processos são complexos, caros e demorados. Os biossensores podem ser reproduzidos em larga escala por um custo baixo. A ideia é que o protótipo final possa ser utilizado em lugares remotos e que necessitem da verificação da qualidade da água. De acordo com o Instituto Trata Brasil, cerca de 16% da população brasileira não têm acesso a água tratada em casa. “A nanotecnologia permite melhorar, consideravelmente, a aderência da armadilha de anticorpos, aumentando a sensibilidade do resultado”, afirma a professora Regina Célia Allil, que integra o projeto.
O dispositivo utiliza os feixes luminosos de fibras óticas para identificar alterações causadas na água pelas bactérias da espécie Escherichia coli. Os pesquisadores comparam a reação de uma fibra com e sem anticorpos que reagem à presença bacteriana e “qualquer alteração na superfície da fibra afeta a intensidade de luz recebida na outra extremidade do sensor permite a detecção de alterações microscópicas, como a causada por bactérias”, explica o coordenador do LIF.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) já investiu mais de 1 milhão de reais na pesquisa. O estudo faz parte da Rede de Nanotecnologia “Pesquisa Cooperativa em Materiais Nanoestruturados e Engenharia de Dispositivos Funcionais” e também recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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