A UFRJ é considerada pelo Ranking Universitário da Folha como a universidade mais inovadora do país. Esse reconhecimento reflete a pluralidade de seu corpo social e de suas áreas de atuação, além da busca pelo aprimoramento de seu ecossistema de inovação.
A expressão “ecossistema de inovação” é um termo técnico utilizado para definir um ambiente que promove articulações entre diferentes setores que tem a inovação como força motriz para o desenvolvimento social e econômico, sem perder de vista a sustentabilidade. Assim, ações diversas são iniciadas para aproximar vários interlocutores, como inventores, pesquisadores, empresas e setores-chave, a fim de viabilizar serviços inovadores de interesse público aplicados em benefício da sociedade, estudos aprofundados saindo do papel com o financiamento necessário, entre outros projetos.
Na UFRJ, essa engrenagem é dividida em agentes responsáveis por atividades específicas: o Parque Tecnológico, as Incubadoras de Empresas, o Sistema Inova, os laboratórios, além da recém-reformulada Inova UFRJ. Segundo Vicente Ferreira, diretor executivo do Parque, toda essa estrutura é capaz de levar o que é produzido na Universidade de maneira mais ágil e efetiva para a sociedade.
Responsável pela interface entre a Universidade e as empresas, o Parque Tecnológico conta hoje com empresas residentes na Cidade Universitária, além de outras associadas. “Hoje somos a ponta, em termos de geração de startups, mas também é o início do processo de trazer o desafio tecnológico para a UFRJ.”
Ferreira explica um conceito muito utilizado na área: a esteira de inovação. Essa representação mostra como uma pesquisa pode transitar por esses diversos setores para, enfim, virar um produto disponível para o público.
“Temos, por exemplo, uma invenção no laboratório que pode ser licenciada por uma empresa parceira com uma estrutura já pronta, e aí ela chegará rapidamente à sociedade. Ou, em alguns casos, é mais interessante que essa tecnologia possa virar uma empresa independente que irá ser incubada dentro da Universidade.”
Para isso, as incubadoras atuam no apoio da criação e gestão das startups idealizadas por membros da comunidade universitária, dando suporte necessário para que elas se desenvolvam e possam atuar diretamente no mercado.
Ação voltada para os centros
O Sistema Inova conta com mais de dez iniciativas, como o Inova CFCH, o Inova EBA, o Inova CT e o Inova Macaé. Diego Allonso é um dos responsáveis pelo Inova CCS e explica que, no mundo, áreas como Farmácia e Biotecnologia recebem investimentos bilionários, mostrando, assim, sua relevância.
“Culturalmente, o CCS é um centro muito forte em pesquisa básica. Sem dúvidas, grande parte da produção científica da UFRJ é proveniente daqui; porém, convertemos muito pouco do que produzimos intelectualmente em patentes e transferência de tecnologia.”
Nesse cenário, surgiu a iniciativa do Inova CCS, que posteriormente se tornou parte do Sistema Inova. Esse agente busca a difusão dos conceitos de inovação e empreendedorismo por meio de diversas atividades, como seminários, cursos de capacitação, mapeamento de expertise, atendimento e orientação de pesquisadores.
“Esperamos que, em um futuro próximo, tenhamos um salto significativo de ações inovadoras e empreendedoras, com resultados antes impossíveis de serem alcançados, seja o aumento no número de patentes concedidas, aumento no número de transferência de tecnologia, acordos de cooperação tecnológicos, entre outros”, espera Allonso.
Novo nome, novos desafios
Com intuito de modernizar o ecossistema, a Universidade promoveu a mudança de nome e estrutura da antiga Agência UFRJ de Inovação. A agora Inova UFRJ é responsável pela formalização do conhecimento produzido na instituição, como no caso da propriedade intelectual. A reestruturação busca integrar todo o ecossistema de maneira mais ativa, abrindo as portas para a ação conjunta de toda a comunidade acadêmica.
Fotografia tirada durante o evento mostra, ao centro, a reitora Denise Carvalho discursando. À sua esquerda está o vice-reitor Carlos Frederico Leão. À direita estão a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Denise Freire, e a coordenadora do Inova UFRJ, Kelyane Silva.
De acordo com a reitora Denise Carvalho, presente na cerimônia de lançamento, do Inova UFRJ, em 26/10, não há país no mundo que tenha se tornado desenvolvido sem uma universidade de pesquisa forte e atuante.
“A inovação é um braço importante da extensão e do engajamento social da instituição. Durante a crise da covid-19, por exemplo, a Universidade esteve atuante por meio do atendimento e coleta, laboratórios e divulgação científica. Por trás de cada laudo, também tinha ensino, pesquisa, extensão e inovação, tudo que faz com que a Universidade atinja a sociedade”, conclui.
Fonte: Carol Correia (Conexão UFRJ)
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